terça-feira, 11 de janeiro de 2011

VIDA SIMPLES


Tem gente que confunde simplicidade com pobreza. Quando alguém é privado de algo que precisa de forma involuntária, é chamado de pobreza. Ou seja, a falta das necessidades básicas de alimentação, moradia, segurança, educação, lazer, é considerado pobreza.

Já quando se escolhe algo mais simples, por livre e espontânea vontade, é chamado simplicidade. Você pode ser simples e não ser pobre! É muito mais leve e divertido levar a vida simples.

Quando um monge o é por livre opção, está fazendo por simplicidade e não por pobreza. Quando estava viajando, levava apenas uma pequena mochila. Qualquer lugar que tivesse uma cama, uma pequena mesa e uma cadeira, para que pudesse ler e escrever já estava bom.

Então outro monge perguntou: porque na sua vida cotidiana tem tantos objetos, se eles lhe trazem tantos problemas? Ternos precisam de tintureiro, carros de mecânicos, casas de manutenção, dinheiro de investimentos e proteção, circulação financeira de tributação, eletrodomésticos e eletrônicos são rapidamente superados por outros mais modernos etc. Quanto mais se tem, mais trabalho e tempo se empregam para cuidar! E aqui você se contenta com tão pouco!

A resposta veio: Uma pequena mochila, uma cama e local para ler e escrever, já me basta. É que aqui estou viajando e só de passagem. Só levo o essencial.

Ao que o outro monge respondeu: - É... eu também, só estou de passagem nessa terra, nessa vida...

Se é tão simples, pra que tanto esforço por coisas inúteis e obsoletas? Essa vida “moderna” e “pasteurizada” com modismos por toda parte. A mídia, a publicidade, os meios de educação e comunicação, agem como que em um “acordo de palavras não ditas”... O silêncio diante do óbvio... A conivência com o domínio econômico e cultural! De que o “consumismo é correto”!O “bom senso” que não é tão bom. É apenas o senso comum. O que é aceito por um determinado grupo e imposto aos demais.

Exemplos: “Artistas famosos e ricos” ou miseráveis e marginalizados esquecendo-se que na maioria são trabalhadores de classe média. Já nas favelas o estereótipo é de que quem mora lá “é pobre ou é bandido”, ignorando que é uma comunidade como outra qualquer e que nem todos que lá vivem estão nessas categorias estereotipadas. “Ricos são felizes e pobres são tristes”, também não condiz com a realidade, basta sair as ruas e constatar etc.

No entanto, mesmo não sendo verdade, é assim que a mídia age e reage a tudo que acontece! Com modelos pré-estabelecidos. Por indução a população passa a fazer o mesmo. E em nome do “senso comum” o “bom senso”, o que esperam de mim, de um profissional nessa função etc. Cada um vai fugindo de si mesmo e da sua própria felicidade, da sua finalidade de vida.

A felicidade é simples, assim como realizar a sua finalidade de vida é simples. Tudo mais é “maia” desviando a sua atenção do principal, do essencial.

A afirmação “tempo é dinheiro” é uma inverdade divulgada como verdade. Pois “dinheiro é tempo”. Ou seja, para ganhar dinheiro você gasta o bem mais precioso depois da vida, o seu tempo! Que não volta mais! Cada segundo vivido, passado, jamais voltará, mesmo com todo dinheiro do mundo o tempo jamais voltará.

É necessário repensar o uso do seu próprio tempo. Será que você está usando o seu tempo para as coisas essenciais que o fazem feliz, ou para ilusões? De aquisição de bens e objetos que custam caro, pois o valor deles significa muito tempo trabalhado para obter dinheiro para comprá-los.

A matéria deve ser bem usada. Isso quer dizer o maximo possível. Assim o bom materialista é aquele que não desperdiça e assim polui menos ou até não polui. Usa coisas duráveis, até que realmente terminem. Evita a troca freqüente de celular e de eletrodomésticos, enquanto os que já possui continuam funcionando satisfatoriamente. Usam móveis duráveis e até antigos em lugar dos baratos e descartáveis que tem que ser constantemente repostos.

O simples, o durável e o essencial têm algo em comum, que aos poucos vamos percebendo. Do que você abriria mão hoje para viver de uma forma mais simples e ter mais tempo para você, sua família, sua felicidade?

Pense por alguns instantes...

Depois de supridas as suas necessidades básicas de alimentação, moradia, vestuário, educação, cultura, lazer. Do que você poderia abrir mão?

As necessidades mudam porque as pessoas mudam e os contextos mudam. Então a pergunta a fazer é: o que é essencial para esse singular que sou eu na minha vida atual?

O prazer de viver: Temos que gastar o nosso tempo com coisas e pessoas que nos dão energia e não que nos tiram energia.

Podemos classificar as nossas atividades por prioridade em A, B e C. a estratégia é evitar o Cs, aquilo que suga energia pelo máximo de tempo possível. Ampliando o intervalo entre uma e outra atividade dessa categoria.

A essa vida simples voluntariamente, como movimento, desde a década de setenta, vem silenciosamente se espalhando pelo mundo, como forma de pensar e de agir. É chamada de “Simplicidade Voluntária” o que é muito diferente e pobreza ou de sofrimento por privações.

O que é simples, também é ecológico. Usar sacolas de lona ou tecido, em vez de sacolinhas plásticas de supermercado. Usar embalagens retornáveis no lugar de descartáveis. E se for descartável, preferir o que for reciclável e encaminhar para esse fim.

Já se encontram publicações como revistas, livros e até comunidades na internet, de pessoas que trocam experiências e formas de viver simplesmente.

Diferente das comunidades rurais isoladas dos hippies na década de sessenta. A idéia não é se isolar, e sim se integrar sem se maltratar.

Há exemplos de pessoas que deixaram empregos bem remunerados no mercado financeiro ou nas indústrias. Por trabalhos até com remunerações menores, mas que permitiram viver melhor, viver simples, de bem com a vida. Aceitaram ser professores, que não é muito bem remunerado, mas é muito prazeroso. Outros recusaram promoções e transferências para ficar mais perto e mais tempo com a família.

Independente dos modismos criados pelo próprio sistema para diluir e neutralizar o que o ameaça. Pense bem, reflita sobre a sua vida e o que você pode fazer para viver mais simples, melhor, mais feliz, com mais tempo para você mesmo e sua família.

Seja mais feliz, isso é essencial. Ao invés de bom dia, bom trabalho, boa tarde, boa noite, bons sonhos etc. Substitua tudo isso por DIVIRTA-SE!

Divirta-se é o parâmetro! Divirta-se com tudo que estiver fazendo... Se o que você faz não te diverte, talvez não deva ser feito...

Foi um prazer compartilhar esses momentos com você, leitor. Diverti-me muito! Desejo a você que seja cada vez mais feliz e próximo da sua essência, do essencial da vida...

Seja Feliz e Divirta-se!

Professor Ricardo Fera

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