sábado, 26 de fevereiro de 2011

Etiqueta ao beber, sem enfiar o pé na jaca


Uma boa cigana, com seus preceitos e suas crenças, acredita na mágica que surge quando estamos entorpecidos, e aventuramos em um estado lisérgico em que libertamos nossas mentes em estados que desconhecemos de nós mesmos.

A expressão correta é ‘‘enfiar o pé no jacá’’, desse jeito mesmo. Quem explica é Henrique Cazes no livro Suíte Gargalhadas: ‘‘A origem dessa denominação do pileque remonta aos tempos em que os bares tinham, na parte da frente, cestos com frutas e legumes. Era o modelo botequim-quitanda. E era nos cestos de palha, chamados jacás, que ficavam os artigos à venda. Quando alguém bebia demais, ao sair, enfiava o pé no jacá.’’
Viu só? A pobrezinha da jaca, não tem nada com isso, já a bebida...Aliás, beber elegantemente é, muito provavelmente, uma das artes mais difíceis de se dominar no terreno da elegância. E olha que nós fazemos o uso das bebidas alcoólicas desde 6000 A. C, garantem os estudiosos.
De tão antigo, o costume é amplamente aceito. Um coquetel sem bebidas? Um churrasco sem cerveja? Um jantar à francesa sem um vinho? Um ano novo sem champagne? Difícil imaginar.
É claro que os exageros geram muito mais confusão do que uma gafe. De violência às doenças, o excesso de bebida é responsável por uma dezena de problemas.
Mas se você não está a ponto de fazer companhia para Britney Spears, e bebe apenas socialmente, esse texto é para você.

O QUE BEBER
Você acha difícil combinar os alimentos com a bebida certa? Sem pânico. Veja como é simples:
Comidas suaves pedem bebidas que acompanhem o estilo. O contrário também é verdadeiro. Já as entradas abrem a “porta da esperança” para toda e qualquer bebidinha.

Aperitivos/Coquetéis - whisky, bebidas adocicadas, drinks, cerveja, champagne (o que varia é o tipo do evento e o bolso do anfitrião).
Peixe e frutos do mar - vinho branco ou champagne
Carne vermelha - vinho tinto e champagne
Aves e caças - variam de acordo com a intensidade do sabor. Os tipos mais fortes, como o pato, pedem um tinto encorpado. Já frangos e perus vão bem com brancos. Champagne não tem erro.
Cordeiro – champagne ou vinho tinto.
Sobremesa - champagne, licor ou conhaque.
Pratos típicos – bebidas idem. Ex: sushi, com saquê (mas aceita um vinho branco,ok?), feijoada com caipirinha, churrasco com cerveja. E por aí, vai.
Massas – De uma bela macarronada a uma saborosa pizza, considere o recheio, o acompanhamento e use a referência acima.

Champagne pode acompanhar tudo, notou? É porque seu sabor varia muito. Brancos, rosados, sem safra, com safra (das recentes às mais antigas) uma variedade que só favorece. Deve ser por isso que o famoso e polêmico escritor Oscar Wilde tornou célebre a frase: "Só as pessoas sem imaginação não conseguem encontrar um motivo para beber champanhe”.

AGUA QUE PASSARINHO NÃO BEBE
Você pode até se espantar. Mas a cachaça tem muito em comum com o champagne. Uma tem mais o “pé na roça”, outra no glamour, mas as duas podem ser servidas antes, durante e depois de qualquer refeição.
Talvez seja por isso que uma dose de pinga faça tanto sucesso.

COMO BEBER SEM DAR VEXAME
Basta não extrapolar. Em eventos informais, as pessoas acabam se empolgando demais e exageram nas doses.
Você sabe o seu limite, não o ultrapasse. Mesmo que seu amigo venha com chantagem emocional, do tipo : “só para me acompanhar”.

EM TERRA DE SAPO...
Se você está em outro país em viagem de negócios, lazer ou ganhando um extra, adeque-se. Siga as regras deles. Não é tão difícil assim.

Americanos: são bons bebedores. Se a viagem for a trabalho, mais perigoso que é atravessar a fronteira com o México é cruzar a linha da sobriedade.

Japoneses: Assistiu “Encontros e Desencontros” (Lost in Translation) vencedor do Oscar em 2004? Pois veja antes de partir para o país nipônico. Os nossos amigos do outro lado adoram teste de resistência e costumam levar o convidado para uma noite de beber até cair. Não caia nessa!
Finja que está bêbado e sele a amizade oriental.

Franceses, Alemães e Italianos: essa turma gosta de uma bebida. Vinho para italianos e franceses é quase uma regra. Os alemães, claro, vão de cerveja. E pelo tamanho do copo que a gente costuma ver na televisão que lembra as fábricas de Itu, beba pouco, mas aceite e curta o momento.
Se você é abstêmio, explique antes.

Argentinos: os colonizadores italianos e espanhóis formaram a base da produção de vinhos na Argentina. Não é à toa que por lá se encontram os tipos BB: bons e baratos. São grandes consumidores e exportadores da bebida. Por isso, na terra dos hermanos, beba com moderação. Afinal, você não quer voltar para o Brasil torcendo pelo Boca.

SAIDEIRA
“Para os antigos, o álcool desvelava a verdade. A franqueza da língua, a transparência dos sentimentos, a revelação das emoções”. A explicação é do historiador Henrique Carneiro no Pequeno Dicionário da História das Drogas e Bebidas.
Já percebeu que bastam algumas doses de bebida, para a gente ficar mais solta, falante?
Daí nasceu a expressão em latim “in vino veritas”, ou seja, “a verdade está no vinho”.
Por isso, quando beber, além de não dirigir, tome cuidado para não exagerar na sinceridade!

Tim-tim!

Um comentário:

Rafy disse...

eu kero saber se o sexo com ciganos e bom